Prezados usuários da “Black
Friday” brasileira,
Boa tarde!
Esta nota, neste dia
especial, serve para lembrar pequenas questões que certamente não serão
valoradas pela sociedade de consumo neste exato momento, haja vista que se
encontram cegos pela exposição massiva e midiática de benefícios financeiros sobre
materiais fúteis com redução no valor final de venda.
Pois bem, o mercado
empresarial brasileiro, diferentemente do nosso governo, é muito organizado, de
modo que descrimina o calendário anual em fases pontuais para fomentar o
consumo, e por consequência, promover uma boa circulação de mercadorias.
Por certo que este empreendimento
deve ser reconhecido pela astúcia aplicada na sua pratica, sendo interessante
lembrar que no mês passado os cariocas vivenciaram o “feirão limpa nome”
promovido pela empresa Serasa Experian, conforme bem explicado pelo jornal
Globo:
A Serasa Experian realiza em São Paulo e no Rio de
Janeiro mais um Feirão Limpa Nome para ajudar os consumidores a saírem dos
cadastros de restrição ao crédito, renegociando dívidas atrasadas diretamente
com os credores.
Se o direito de ter o seu
bom nome limpo na praça tem grande relevância social e moral, por outro lado,
encontra-se no final do mês a “Black Friday”.
Particularmente foi uma
incrível surpresa deparar na caixa de email o meu Banco informar que a minha
fatura para o próximo mês estava fechada, logo, me permite gastar hoje, dia
27/11/2015, para realizar o pagamento em Janeiro de 2016, ou seja, supimpa.
Quero dizer que o sistema
empresarial se move para:
- Limpar
o nome do consumidor, para criar instrumento de acesso ao mercado de consumo;
- Liberar
crédito para usufruir os produtos disponibilizados no mercado de consumo;
Por fim, se reanalisarmos
o informativo publicado em 09/10/2015 pelo SPCBrasil que atesta o aumento
na inadimplência não há como crer que as condições financeiras alterem
subitamente num pequeno mês.
O objetivo deste libreto é
só ressaltar que foi liberado ao consumidor ferramenta de compra compulsiva,
para acesso ao mercado de consumo por um dia de forma deliberada e impensada.
É difícil manter o estado
de sanidade quando nós só temos HOJE para mudar as nossas vidas e sermos
felizes comprando um produto regular de mercado de consumo que aparenta ser
mais barato.
Com efeito, vale ressaltar
que o amargor das faturas que irão vencer sem o devido adimplemento serão
objetos da incidência dos juros mais altas percebidas pela minha geração, e
assim, aqueles que como eu receberam e-mail da sua instituição financeira
concedendo crédito, e que pela infelicidade financeira não dispõe de recursos
para honrar as obrigações assumidas hoje, sofrerão com o dever de arcar com os
juros e multas aplicáveis, valendo, por fim, citar o artigo publicado pela
Folha de São Paulo:
Inadimplência é maior desde 2013 e
juros de pessoa física batem recorde
Taxa de juros de pessoa física avançou para 64,8% ao ano
em outubro.
Inadimplência das pessoas físicas, por sua vez, subiu para 5,8%, diz BC.
Os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos para
pessoas físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, registraram novo
aumento em outubro deste ano e atingiram o maior patamar da série histórica do
Banco Central, iniciada em março de 2011. Ao mesmo tempo, a inadimplência
atingiu o nível mais alto em dois anos, segundo números divulgados nesta
sexta-feira (27).
Em outubro, os juros bancários subiram 2,5 pontos
percentuais, para 64,8% ao ano, contra 62,3% ao ano em setembro. Foi o décimo
mês consecutivo de elevação na taxa de juros média das pessoas físicas. Em todo
este ano, o aumento foi de 15,2 pontos percentuais, visto que a taxa estava em
49,6% ao ano no fim de 2014.
Inadimplência
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos
empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e
habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, subiu de 5,7%
em setembro para 5,8% em outubro deste ano, o maior patamar desde outubro de
2013 (5,9% ao ano).
Ou seja, não obstante a
ausência estatal vale orientar, caro consumidor, que compre com carinho e evite
excessos, contudo, caso peque, estarei a disposição para ouvir suas lamúrias e
prover boas orientações para a recuperação de seu crédito e restruturação financeira.